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Livro Escritores da Periferia

Livro Escritores da Periferia
Uma produção dos alunos da escola Edílson Façanha

sexta-feira, 27 de junho de 2014

BRASIL X CHILE, VENHA QUE VENHA, BRASILLLLLLLLLLLLLLLLL

Por Ercio Bamberg

A copa do mundo chega a sua reta final, após uma fase de grupos acima das expectativas dos fãs mais otimistas. Agora nas oitavas de final, Brasil e Chile jogam a sobrevivência na competição, pois a partir de agora quem perde é eliminado. Neste artigo vamos fazer uma analise das duas equipes e apontar algumas apostas esportivas disponíveis na casa de apostas 188bet.com, site que opera no Brasil sem burocracia para depósito e saque.
O Brasil é considerado pela maioria dos especialistas e torcedores a seleção favorita a vencer o mundial, um pouco pelo fator casa, um pouco pelo fator Neymar Jr., e outro tanto pela tradição da equipe brasileira, seleção com mais títulos mundiais. A campanha até aqui não é das mais empolgantes, 2 vitórias e 1 empate, 7 gols marcados e 2 gols sofridos, um pouco menos do que se esperava, especialmente pela dificuldade que enfrentou para superar a Croácia e por não ter conseguido vencer o México. Para o jogo contra o Chile, equipe considerada mais forte que as 3 que o Brasil enfrentou até aqui, o técnico Felipão irá promover a alteração que os torcedores e analistas estão pedindo, Fernandinho no lugar de Paulinho. O retrospecto para o Brasil é bastante vantajoso contra o Chile, pois perdeu para o rival apenas 7 vezes em 69 jogos. A escalação brasileira para este jogo deverá ser Júlio César, Dani Alves, David Luiz, Thiago Silva, Marcelo, Luiz Gustavo, Fernandinho, Oscar, Hulk, Neymar Jr., Fred.
O Chile entrou na copa do mundo esperando lutar pela classificação contra as gigantes Espanha e Holanda como azarão, mas já na segunda rodada já tinha garantido sua classificação após vencer a Austrália (3×1) e eliminar a Espanha (2×0), com um futebol consistente e grande apoio de sua torcida, que está confiante até mesmo em título mundial, algo inédito na historia chilena. O único revés do Chile nesta primeira fase foi contra a Holanda, quando perdeu por 2×0 na ultima rodada da primeira fase, assegurando a equipe na segunda colocação do grupo B. Os destaques da equipe neste mundial tem sido os atacantes Vargas e Alexis Sanchez, e ainda o meio-campista Vidal, além do goleiro Bravo, que foi anunciado como novo reforço do Barcelona. O Chile vem tentando fazer um jogo psicológico antes da partida, dizendo que teme que os árbitros ajudem o Brasil a vencer, esperando que isso acabe ajudando o Chile no final das contas. A escalação dos chilenos deve ser Bravo, Isla, Silva, Medel, Jara, Mena, Diaz, Aranguiz, Vidal, Sanchez e Vargas, e ainda tem Valdivia no banco de reservas, jogador do Palmeiras que conhece bem o estilo de jogo brasileiro.
Para as casas de apostas, o favoritismo é todo do Brasil, e a vitória dos donos da casa pagam a cotação de 1.50, contra 4.00 para que o jogo termine empatado, e 5.40 para que o Chile consiga uma vitória histórica sobre o Brasil. Para os que acreditam que o Brasil vai confirmar o favoritismo, apostas 100 reais na vitória brasileira rende 50 reais de lucro.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Culminância do Projeto Copa do Mundo


atenção Pessoal,





Semana de Culminância do Projeto Interdisciplinar Copa do Mundo: Apresentação dos trabalhos e avaliação pelos professores-padrinhos, dias 26 (6º e 7º anos) e 27 (8º e 9º anos) de junho de 2014. 

Parabéns aos alunos e professores que se dedicaram nas pesquisas e produziram belos trabalhos sobre as Copas do Mundo e sua relação com sua realidade.



a coordenação

segunda-feira, 16 de junho de 2014

RUMO AO HEXA, BRASIL








RUMO AO HEXA, BRASIL.





              PROJETO COPA DO MUNDO, 

ESTUDANDO COM ESPORTIVIDADE 

E

 DEDICAÇÃO

Expectativas para Brasil e México

Jogo Brasil vs México 

Expectativas 

para a partida

 

Acontecerá no dia 17 de junho de 2014, terça-feira, às 16h, no estádio na cidade de Fortaleza, Castelão, pelo grupo A, o confronto entre a seleção brasileira e a seleção mexicana.
Essa partida na visão geral dos telespectadores e dos entendidos do futebol é tida como imperdível, haja vista que será mais um teste de força que a seleção brasileira enfrentará diante do futebol mexicano que está em grande ascensão no cenário mundial.
A seleção brasileira em sua segunda partida pelo Mundial de 2014 deverá passar por um pouco de dificuldade, principalmente no início da partida, haja vista que pelo fato de estar jogando em casa e, para a torcida, tem sempre a obrigação de vencer as partidas e convencer os torcedores demonstrando um futebol de qualidade e de alto nível.
A grande expectativa dos torcedores brasileiros está depositada na apresentação e no futebol do craque Neymar, maior astro da seleção no momento, uma vez que ele devolveu ao torcedor a magia que foi sinônimo de futebol brasileiro no passado, pois ele é um jogador atrevido capaz de dribles desconcertantes, bem como arrancadas fulminantes. Outro jogador que merece destaque é o meio campista Paulinho que é uma espécie de coringa do time por ter um fôlego extraordinário aplicado na boa marcação, bem como pela sua visão de jogo diferenciada.
Já a seleção mexicana, chegou no Mundial em meio de uma turbulência interna, devido ao fato de ter trocado de treinador por três vezes e o atual técnico, Miguel Herrera, ainda não ter um esquema tático definido. Contudo, esse treinador chegou e assumiu uma equipe com uma estruturada formada pela base que conquistou o ouro nas olimpíadas de Londres, apesar de a equipe não ter obtido bons resultados após essa conquista.
O certo é que esse confronto entre as duas seleções será um ótimo jogo para assistirmos, porque o treinador da seleção mexicana irá, sem dúvidas, querer extrair o máximo de seus jogadores, a fim de brigar pela segunda vaga no grupo.

Por Adriano Oliveira



Brasil vs M?xico
Foto: Divulgação

 

Copa do Mundo e eleições

5 grandes expectativas para o Brasil em 2014

 

O ano de 2014 vai colocar o Brasil em evidência no cenário internacional. Além de celebrar uma nova Copa do Mundo de futebol depois de 64 anos, o país vai passar por eleições majoritárias. Mais de 140 milhões de brasileiros, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, irão eleger um novo presidente, o seu vice, os governadores e vices de cada estado, além de deputados federais e senadores, também divididos por estados.
Em meio ao cenário pós manifestações de junho, o Congresso Nacional tem nas mãos a responsabilidade de aprovar um novo Marco Civil da Internet, que pode resultar tanto em mais privacidade e liberdade de expressão, quanto em mais poder para os provedores.
Aliado a isso, o governo brasileiro tem o desafio de recuperar a confiança internacional na economia, e mostrar que o país está de fato caminhando para se consolidar como uma grande potência.

1. Eleições majoritárias
Até o primeiro semestre de 2013, a corrida eleitoral para a Presidência da República parecia que seria um mero trâmite petista. Porém, os protestos que tomaram o Brasil na metade do ano sacudiram o cenário eleitoral. A presidente Dilma Rousseff recuperou sua popularidade, mas importantes aliados ainda não, como o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.

A oposição também apresentará novidades. O PSDB, principal partido de oposição, vai lançar o senador mineiro Aécio Neves como candidato pela primeira vez. Em meio a isso, a chamada terceira via, representada pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), ganhou força com a adesão de Marina Silva. Nas últimas eleições, Marina foi apontada como a grande responsável por provocar um segundo turno ao amealhar cerca de 20% dos votos.

2. Copa do Mundo no país dos protestos

O Brasil vai sediar a Copa do Mundo pela primeira vez depois de 64 anos, mas o país entra no calendário de 2014 com obras atrasadas e inaugurações adiadas. Para recuperar a confiança da Fifa depois das mortes nas construções das arenas, o governo tem a difícil missão de fazer um torneio num país continental sem grandes incidentes.
A tarefa assume contornos ainda mais dramáticos, já que a população pressiona para que os gastos bilionários com o evento deixem um legado palpável além de estádios novos e reformados. Os jogos têm o potencial para atrair protestos massivos, assim como aconteceu na Copa das Confederações, quando mais de 100 mil pessoas marcharam em direção aos estádios.

No meio de tudo isso, o desempenho da seleção brasileira promete. Apesar de confrontar as favoritas Argentina, Alemanha e Espanha, o Brasil fez bonito ganhando a Copa das Confederações. Mas diante do cenário turbulento, a conquista do mundial pode acabar em segundo plano.

3. Marco Civil da Internet


Empurrado com a barriga pelo Congresso Nacional, o ano de 2014 deve ter mais discussões em torno do Marco Civil da Internet, espécie de Constituição para a web brasileira. Lobby das operadoras de telefonia, empresas de tecnologia e ativistas empurram a temas importantes como a neutralidade da rede de um lado para o outro.  

Em 2013, o assunto ganhou os holofotes em razão da revelação de que os EUA espionaram o Brasil. Os parlamentares arregaçaram as mangas, mas não cumpriram a promessa de consolidar a nova lei. Essa atenção já está amainada, o que deve tirar velocidade do processo legislativo.

4. A batata quente da economia


A presidente Dilma vai comparecer ao Fórum Econômico Mundial em janeiro, para falar aos investidores internacionais reunidos em Davos, na Suiça. O encontro é um termômetro para os rumos do capitalismo mundial. A mandatária deve reforçar os fundamentos da economia brasileira, como responsabilidade fiscal, para tentar retomar a confiança do mercado global. As manobras da chamada "contabilidade criativa" e solavancos em importantes indicadores econômicos brasileiros, como o Produto Interno Bruto (PIB) baixo, tiraram o entusiasmo dos estrangeiros no Brasil.
O PIB brasileiro não cresceu como o esperado pelo governo em 2013, com as últimas projeções do ano ficando em 2,3%, abaixo dos 2,5% estimados inicialmente. Para 2014, a previsão dos economistas é de 2%.
Em relação ao superávit primário, há um outro desafio. O próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, já admitiu que não será possível alcançar a meta de 2,1% do PIB para 2014. Apesar disso, ele espera que o resultado seja suficiente para manter em queda a relação entre dívida líquida e PIB.

A inflação é outra preocupação constante do Governo Federal. As últimas projeções de 2013 colocam o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 5,73%, bem acima do centro da meta estimada pela União, em 4,5%. Para 2014, o mercado projeta índices ainda mais elevados, de 5,98%.

5. Os cinco pactos de Dilma


Em junho de 2013, no auge das manifestações nas ruas brasileiras, a presidente Dilma Rousseff amenizou os ânimos com uma proposta de peso, feita em cadeia nacional de televisão. Os cinco pactos, como ela mesmo chamou, prometem dar um passo em direção a vária mudanças exigidas pelos manifestantes, na área de Educação, Impostos, Política, Saúde e Transportes.

Uma das principais propostas, a de realização de um plebiscito para a formação de uma Assembleia Constituinte, que por sua vez conduziria uma ampla reforma política, bateu de frente no muro de vários opositores. Juristas, políticos e especialistas argumentaram que não é necessária a formação de uma nova constituinte, com poderes ilimitados, para a realização de uma reforma no Congresso. A ideia do plebiscito como cerne da realização da reforma permaneceu, mas nem sinal da realização dele até então.

Já no pacto de responsabilidade fiscal e estabilidade da economia, o governo segue tentando fazer a sua parte, mas sem muito sucesso, já que a confiança dos investidores internacionais no país começa a sofrer abalos.

A presidente Dilma também pediu a prefeitos e governadores que acelerassem os investimentos em hospitais, unidades de pronto-atendimento. A contratação de médicos estrangeiros já é um passo em direção às melhorias no sistema de saúde, mas o governo tem ainda o desafio de enfrentar a ira dos médicos brasileiros e levar medicina de qualidade a cidades afastadas dos grandes centros urbanos.

No setor de transportes, principal alvo da insatisfação popular, Dilma prometeu o aporte de R$ 50 bilhões em projetos de mobilidade urbana. O dinheiro foi de fato destinado, como atestou a presidente. Mas  verba "destinada" é diferente de verba gasta e obra concluída. O governo ainda tem o desafio de atender a pelo menos cinco prefeituras, que já solicitaram o repasse de verbas para ajudar no setor.

E por fim, na área de Educação, pelo menos parte do plano foi cumprido. A presidente prometeu a destinação integral dos royalties do pré-sal para financiar melhorias no setor. Os parlamentares aprovaram 75%. Já o Plano Nacional de Educação, que prevê 10% do PIB para Educação em 2020 e deveria estar valendo desde 2011, está empacado no Congresso.



terça-feira, 10 de junho de 2014

CIENTISTAS EM AÇÃO

                                  
ALUNOS DE CÊNCIAS E SEUS EXPERIMENTOS, ALUNOS DA PRF. ELIZÂNIA

sábado, 7 de junho de 2014

Desafios no Ensino

DESAFIOS DO PROFESSOR DO ENSINO FUNDAMENTAL NA SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO

Giuliana Cavalcanti Vasconcelos

Resumo


No contexto da sociedade da informação, a escola precisa aprender a
incorporar as linguagens do ciberespaço aos espaços de construção do saber tendo em vista o fortalecimento da cidadania. Para fundamentar os argumentos apresentados, além de uma análise bibliográfica, buscou-se uma investigação junto aos professores das escolas públicas da cidade de João Pessoa, Região Nordeste do Brasil, com o intuito de verificar como os docentes do Ensino Fundamental estão lidando com este processo. Percebeu-se que o professor da primeira fase do Ensino Fundamental é essencial como mobilizador de uma dinâmica de aprendizagem entrelaçada com a realidade informatizada. Na representação dos professores evidenciou-se que é preciso saber usar mecanicamente e compreender criticamente as ferramentas tecnológicas; é necessário atentar para o conteúdo veiculado através das informações, como ocorrem e quem as apreende. Deduziu-se que ao lado da alfabetização da leitura e da escrita está a alfabetização tecnológica como um meio de libertação da apropriação do outro. Também se relevou que a transformação efetiva do quadro atual de atuação do professor ocorrerá através de transformações nos investimentos científicos, políticos e públicos destinados à sua formação.


 Link do artigo completo
Texto completo: PDF

quinta-feira, 5 de junho de 2014

visita do secretário de educação Marco Brandão em nossa escola


DECISÃO JUDICIAL EM PROL DA EDUCAÇÃO

Aluno processa professor por celular retirado em sala de aula e perde

Em sentença, juiz afirmou que país virou as costas para educação e culpa novelas e reality-shows

POR 
RIO - A polêmica do uso de celular em sala de aula chegou nos tribunais depois que um aluno processou o seu professor por ter tomado o aparelho no meio de uma aula. O episódio aconteceu em Tobias Barreto, no Sergipe, e teve a decisão do juiz Elieser Siqueira de Souza Junior a favor do docente. O magistrado aproveitou a sentença para criticar as novelas, reality-shows e a ostentação, considerados pelo magistrado como contra educação.

“Julgar procedente esta demanda é desferir uma bofetada na reserva moral e educacional deste país, privilegiando a alienação e a contra educação, as novelas, os ‘realitys shows’, a ostentação, o ‘bullying‘ intelectivo, o ócio improdutivo, enfim, toda a massa intelectivamente improdutiva que vem assolando os lares do país, fazendo às vezes de educadores, ensinando falsos valores e implodindo a educação brasileira”, afirmou o juiz.
A ação foi movida pelo aluno Thiago Anderson Souza, representado por sua mãe Silenilma Eunide Reis, que, segundo consta nos autos do processo, passou por “sentimento de impotência, revolta, além de um enorme desgaste físico e emocional” após ter o celular retirado peloprofessor Odilon Oliveira Neto. O estudante disse que apenas utilizava o aparelho para ver o horário. Porém, perante outras provas, o juiz não acreditou na versão de Thiago.

“Vemos que os elementos colhidos apontam para o fato de que o Autor não foi 'ver a hora'. O mesmo admitiu que o celular se encontrava com os fones de ouvido plugados e que, no momento em que o professor tomou o referido aparelho, desconectou os fones e... começou a tocar música”.

Em depoimento, o professor e a coordenadora do colégio afirmaram que não foi a primeira vez que o aluno foi chamado a atenção para o uso do aparelho em sala de aula. 
O juiz apontou que, para além da proibição do colégio, existem normas do Conselho Municipal de Educação que proíbem o uso do celular em sala de aula, exceto para atividades pedagógicas.
“Pode-se até entender que o Discente desconheça a legislação municipal sobre os direitos e deveres dos alunos em sala de aula. O que não se pode admitir é que um aluno desobedeça, reiteradamente, a um comando ordinário de um professor, como no
presente caso”, observa.
O juiz ainda aproveitou a execução para fazer uma análise sobre a educação do Brasil apontando que a mesma tornou-se uma espécie de “carma” para quem trabalha.
“No país que virou as costas para a Educação e que faz apologia ao hedonismo inconsequente, através de tantos expedientes alienantes, reverencio o verdadeiro herói nacional, que enfrenta todas as intempéries para exercer seu ‘múnus’ com altivez de caráter e senso sacerdotal: o Professor”, sentenciou.


GRIFO DA COORDENAÇÃO....

Informação para se refletir e tomar decisões a favor de uma educação de qualidade para nossos filhos e o devido repeito a nossos colegas prfessores, verdadeiros sacerdotes do saber e hérois em tempos hodiernos, em que campeia uma pseuda educação, que muitos querem que predominem a pedagogia do fingimento, " fingimos que ensinamos e nossos alunos fingem que aprendem. Parabéns meritissimo juiz por esta decisão.









FASE 2 PROJETO COPA DO MUNDO: PESQUISA E PREPARAÇÃO DOS TRABALHOS



ALUNOS DO 8º ANO E 9º ANO PRODUZINDO OS TRABALHOS PARA CULMINÂNCIA DO PROJETO

terça-feira, 3 de junho de 2014

GOSTO PELO ESTUDO


A alegria de estudar: dicas de como motivar seus alunos


   
              Parabéns galera da Leanes pelo sorriso em nossa escola.

O modelo de sala de aula tradicional já não funciona bem. Vivemos em um período de transição, onde muitos professores sentem dificuldade em atender às necessidades da nova geração. De forma mais clara, estamos mudando de um modelo centralizador para um modelo colaborativo de ensino. Os erros passam a ser um caminho para o acerto, e não o determinante entre o sucesso e o fracasso. A padronização do ensino é derrubada para dar espaço à personalização. Valorizaremos competências novas nos alunos, como o pensamento crítico, a empatia, a comunicação, a liderança, a ética, entre outras que são mundialmente conhecidas como competências do século 21.
O computador com um bom sistema educacional é uma ótima ferramenta para transformar a sala de aula em um verdadeiro antro da aprendizagem. Porém, existem outros meios de inovar e que podem ser feitos sem o uso do computador. Usando a gamificação, podemos implementar essas grandes mudanças na educação que tanto queremos ao mesmo tempo que motivamos os alunos.

Gamificação é um termo que começou a ganhar popularidade em 2010, mas que já é usado de diversas formas há vários anos. Trata-se da utilização de elementos e técnicas de jogos em contextos que não são jogos, com a finalidade de aumentar a motivação das pessoas envolvidas e resolver os problemas desse contexto. Evitem confundir jogos educacionais com gamificação. 

Introduções feitas, vamos ao que interessa.crédito lidomo / Fotolia.com4 práticas que levam alunos a aprender com alegria
Dica 1: Transforme as notas em conquistas

Notas são escalas que não dizem por si só se um aluno é ou não proficiente no assunto. Pode-se argumentar que uma média 7 delimita a aprovação e a caracterização da proficiência. Mas isso abre portas à interpretação de que a nota 6,5 é uma “quase proficiência”. Não queremos que os nossos alunos busquem uma nota, queremos que eles busquem a proficiência em si. A conquista dessa proficiência pode ser representada por uma medalha, carimbo ou estrela. O professor determina as conquistas a serem alcançadas e fornece instruções sobre como fazê-las, o que pode chamar de missões. Cada conquista deve ser atingível com atividades curtas.
Por exemplo, fazer uma lista de exercícios sobre o Tiradentes na aula de história pode ser a missão que tem como recompensa a medalha “Inconfidência Mineira”. Para conquistar a medalha “Movimentos Emancipacionistas”, o aluno deve conseguir um conjunto de medalhas, como a já falada da “Inconfidência Mineira”, ou da “Revolução Pernambucana”, entre outras. O professor seria o juiz que entrega os prêmios, mas pode até delegar a responsabilidade a alunos que conquistarem o direito. As conquistas, na verdade, devem coexistir com as notas tradicionais, mas são apresentadas no lugar das notas como uma forma mais motivadora de estudar.

Dica 2: Abra espaço para colaboração

O momento em que estamos fazendo uma prova é de pura concentração. É comum observar os estudantes comentando e compartilhando as respostas ao final da prova. Lamentamos cada erro cometido e desejamos voltar no tempo para corrigir – é, também fomos estudantes um dia.
Acontece que aprender com os erros é uma excelente prática. Não desperdicem este momento, professores. Façam o seguinte: cada aluno assina sua prova com um código que só ele e o professor conhecem. Realizada a avaliação, o professor corrige, mas marca nas provas apenas o número de erros e de acertos. Em outro momento, devolve as provas aos seus alunos, mas não para o dono. Nessa hora, cada um tem a chance de aumentar a nota de algum colega, identificando e corrigindo os erros. As regras sobre o peso da correção, a forma de correção, são determinadas pelo professor. Uma terceira chance da mesma atividade pode ser realizada, caso o professor queira. Imaginem só a alegria dos alunos em conseguir notas melhores ao mesmo tempo em que aprendem melhor sobre o assunto estudado!

Dica 3: Valorize competências e conhecimento no lugar de informação
Estudantes precisam muito mais de conhecimento do que de informação. A informação está disponível gratuitamente para qualquer pessoa com acesso à Internet. Assim, evitem passar para os alunos trabalhos que podem ser feitos com uma simples busca no Google. Para isso, tente envolver alguma das competências do século 21. A lista completa dessas competências pode ser encontrada em matéria do Porvir.
Por exemplo, em uma aula de geometria, o professor pode pedir aos alunos que construam, em grupo, alguma peça em madeira que use os conceitos aprendidos em classe. Ou que os alunos de história montem grupos e desafiem outros grupos com perguntas sobre o assunto estudado. Uma simples tarefa de pesquisa tem muito mais valor quando se limita o tamanho dos textos a serem entregues, obrigando o aluno a ler e entender sobre o assunto, para então conseguir resumi-lo.

Dica 4: Iintroduza o elemento surpresa na aula
É certo pensar que as regras para aprovação em uma sala de aula devem ser claras e iguais a todos. Porém, o professor, como educador, pode modelar o sistema com o objetivo de melhorar a motivação e o aprendizado dos seus alunos, desde que não prejudique ninguém com essas surpresas. O sentimento de que, a qualquer momento, dependendo da sorte, podemos ser recompensados de alguma forma, faz qualquer ser humano ficar mais atento no seu ambiente. Esse elemento de surpresa e sorte pode parecer completamente aleatório para o estudante, mas não precisa ser tão aleatório na perspectiva do professor. Ninguém precisa saber que o professor deu uma mãozinha ao aluno que ele acha que precisa de mais motivação, não é verdade? Vejam alguns exemplos:
Chocolate surpresa: Fim de aula, o professor sorteia um aluno. Esse aluno ganha um papel com uma pergunta escrita. Caso responda a essa pergunta na hora, ele ganhará dois chocolates. Se levar para casa e devolver respondida, ganha apenas um chocolate.
Convidado Especial: Levar um convidado especial para ajudar na aula. Pode ser um engenheiro civil falando sobre como a matemática é usada no seu trabalho diário. Ou levando um cachorro de estimação para ilustrar a aula de biologia dos mamíferos.
Obviamente, não há respostas fáceis ou simples para os desafios que a educação enfrenta. A única certeza, porém, é que precisamos enfrentá-los de mente aberta, sempre prontos a tentar algo novo e aprender rapidamente. Essas dicas vão nesse sentido.

 Por Blog do QMágico

segunda-feira, 2 de junho de 2014

PRIMEIRA CRÔNICA "ESCREVENDO O FUTURO" - Bar doce bar

Bar doce bar

O dia é incansável e não termina. O sol ainda resiste e tinge de vermelho os olhos de quem ficou no boteco o dia todo. O bar está cheio de homens, a maioria maduros ou apenas envelhecidos. Uma criança passa, compra duas balinhas e vai embora. Mulheres só passam o olho lá dentro e quase nunca entram. Para os bêbados de plantão tudo é normal e sempre igual.

Não sei se são notados. Penso que só por alguns. Há aqueles que os cumprimentam. As pessoas se acostumam a vê-los sempre ali, cartas marcadas, vidas marcadas. São os ex. Ex-maridos, ex-alunos, ex-trabalhadores. Agora são exilados e se tornaram excluídos.

No passeio está o Tesourão, o cachorro que fez da rua sua moradia. O bêbado, o cão, rumos perdidos e solidão.

Nossos bares... Neles os amigos se encontram, jogam conversa fora. É onde uma mãe passa e compra um lanche para o filho. Onde o retireiro toma um café fresco e saboreia um pastel quentinho.

Na praça histórica da pequena cidade os bancos estão ocupados. São funcionários públicos, lavadores, balconistas. São comerciantes, artesãos, pedreiros, motoristas. O dono da Sinuca, o bar mais antigo, enquanto vende, vai instruindo os fregueses a desenrolar papéis: INSS, inventários, exames médicos. Às vezes ganha um frango em troca. Outras, um muito obrigado. E sempre amizades. Se chega um forasteiro, dá dicas dos pontos turísticos. É um guia no balcão.

No bar do Dirceu, os aperitivos acompanham os desabafos dos bêbados. As rodas de viola dão o tom para o sol se esconder de mansinho e dar lugar à lua tímida. Especial, especiaria, som saboroso para o fim do dia.

No outro bar, o balconista é ouvido por toda a praça. Daniel, voz estrondosa. Deve ser por isso que eu também falo alto, herança dele, meu pai. Aquele jogo clássico reúne homens que cercam o balcão. Estão ansiosos demais para se sentarem. Tudo é discutido, desde o gramado sintético até o gol irregular. As cadeiras esperam pacientes para o carteado. Aconchegante, relaxante cantinho.

Cada boteco tem sua personalidade, seu carisma. Mas em dia de procissão todos eles cerram suas portas pedindo bênção ao santo. Com respeito, as pessoas enfeitam as janelas de suas casas e a banda de música embala a legião de fiéis. É bonito ver como o povo participa.

Nos bares o espaço é democrático. É onde as ideias de todo mundo são apresentadas e jogadas a todos os ouvidos. Em volta de uma mesa, todo assunto se resolve: os problemas do mundo e tudo o mais. É a filosofia do botequim. Estamos falando de uma tribuna popular. Quer debater? Pode ir lá. É política, futebol, bipolaridades. Ali é prestado serviço de comunicação: à boca pequena todos ficam por dentro das novidades. Quem chegou, quem partiu, morreu, brigou ou separou. Também eu deixo meu rastro marcado e vou a um
desses bares, apanho o meu Folha das Vertentes e, a passos largos, volto para casa para ler a coluna do cronista, este “poeta do cotidiano”.

O dia se vai assim e as portas só fecham depois de toda a cidade, tão calma, ter adormecido. E a rotina faz dali a segunda casa de muitos homens. Bar doce bar. Ele exerce papel fundamental na cidadezinha. Nele todos se tornam iguais e se unem para poder suportar a rotina do ilusório.


Aluna: Sara Viviane Almeida de Oliveira
Professora: Kaline Shirley da Silva Nascimento
Escola: E. E. Tarcísio Maia; Cidade: Pau dos Ferros – RN




Eu, tu , ele e nós

Não diria que esse fato é comum apenas onde moro, porque não é. Mas, em meio a essa euforia ufanista e ao otimismo em que nosso país se encontra, diria que as pessoas preferem vendar seus próprios olhos para não vê-los em qualquer lugar: tentar mantê-los, de alguma forma, escondidos em becos tétricos; ignorá-los até é muito comum. Eles não parecem importantes, mas estão sempre lá, quer você os veja, quer não.

Eu particularmente prefiro não ir a festas. Parece-me um mundo à parte comandado pelo nosso mundo, e essa junção me aterroriza. Na ocasião a que me refiro, porém, estava eu na feira promovida pelo município para comemorar sua emancipação política, a Finecap. Não me orgulho de dizer-lhes isso, mas aquela foi a primeira vez que eu notei que eles existiam. Certamente, muitos deviam ter percebido antes de mim, mas em uma festa tão importante quem se importaria com eles? A noite seria longa para todos... Para eles, principalmente.

Estava eu em uma barraquinha de sorvetes que ficava no centro da feira, próximo ao palco. Meus pais pediram uma pizza, um sorvete para mim e minha irmã, pizza novamente, mas para meu avô. Sentei em uma cadeira de ferro dobrável próxima a uma mesa amarela, já meio enferrujada, de modo que ficasse de frente para as pessoas. O vento começava a ficar frio com a chegada das altas horas, porém mais e mais pessoas chegavam conforme os
ponteiros do meu relógio avançavam. Alguns olhavam os estandes, outros, como eu, ficavam com a família em barracas de lanche, enquanto a grande maioria esperava a chegada das bandas que iriam tocar. É sempre assim. Ninguém vem pelos eventos culturais, apenas para dançar até o dia seguinte.

Enquanto tomava meu sorvete e minha família conversava, passei a observar o ir e vir incansável das pessoas. Eram muito diferentes, percebia-se logo; entretanto, estavam todos vestidos com o mais apurado esmero; compraram perfumes franceses especialmente para a ocasião. Meninas de chapinha e de jeans muito justos, maquiagem e sempre alguma bijuteria. Os garotos passavam conversando, com seus cabelos moicanos reluzentes pelo gel, exibindo seus tênis novos em folha. Crianças com suas roupinhas infantis recém-compradas diante da aglomeração e dos vendedores de pulseiras brilhantes, sempre de mãos dadas firmemente com seus pais. Os adultos, também elegantes, esbarravam vez por outra neles, os únicos com roupas gastas e desbotadas. Não pediam desculpas. Seguiam em frente como se não valesse a pena olhar para trás, ou mesmo para a raquítica mão estendida que pedia tantas vezes uma moeda.
Os garotos magrinhos passavam carregando sacolas repletas de latinhas de alumínio que amassavam com os pés. A tez morena era quase unânime, variando bastante nos tons. Os cabelos negros, despenteados e malcuidados, balançavam ao vento por precisarem já de corte. Alguns usavam sandálias visivelmente velhas e desgastadas. Muitos andavam de pés descalços. Carregavam no olhar inquieto contraste: a esperteza que eram obrigados a ter para sobreviver e, ao mesmo tempo, temor.

Eles eram muitos, por toda parte. Anônimos em meio a tanto garbo, procuravam meios de superar suas não poucas dificuldades, em silêncio. Não reclamavam de parecerem invisíveis.

Voltei a mim quando minha mãe me chamou para irmos assistir ao show. Percebi que o sorvete acabou derretendo. Não importava. Nesse momento, a minha venda acabara de cair, e se manteria assim desde que o espectro do egoísmo não voltasse a reatá-la.

Lembro-me de que no dia seguinte falei sobre todos eles a quem eu conhecia, para que também suas vendas caíssem e passassem a valorizar a existência desses que por aí vivem como se não fossem também parte de nós. Talvez, se o fantasma do egocentrismo voltar a assombrá-los, terão para combatê-lo uma certa luz denominada solidariedade, que orientaria não só eles, mas você, eu, nós.

Aluna: Caroline de Farias Couto da Silva
Professor: José Moacir Fortes Saraiva
Escola: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia; Cidade: Valença – BA

O afago inesperado

Estava sentada havia horas no banco desconfortável da Praça da República, centro de Valença, pertinho da Rua Deocleciano Gomes, onde moro. Nada me chamava a atenção. Apenas o cansaço e o sono me tomavam. Três semanas de avaliações e trabalhos escolares esculpidos na minha postura encurvada e no meu olhar caído. De súbito, o som de buzinas me fez despertar para um engarrafamento que estava acontecendo na minha frente; nada incomum: uma fileira de carros de variadas cores e diversos modelos, novos e velhos, motoristas estressados e impacientes.

Já voltando a abaixar o olhar, um garoto passa correndo em direção à rua. Passaria despercebido por mim, como tantos outros, jeito malandro, roupas velhas, pouca idade (entre oito e dez anos) e uma caixa que trazia nas mãos. Contudo, não foi assim dessa vez. Minha curiosidade feminina foi aguçada e me fez observar o que faria ele indo em direção aos carros. Parou ao lado de um veículo prata e fez sinal para que abaixassem o vidro fumê. De imediato pensei que se tratasse de um assalto, mas logo desisti da ideia, pois havia
muita gente no local e era apenas uma criança.

A realidade é que a infância está bem mais curta em nosso país, principalmente para os mais pobres. Na minha cidade esse triste fato pode ser fotografado nas ruas. Mas ainda custa admitir e aceitar isso. Bom, no carro, uma senhora aparentando mais ou menos sessenta anos, aparência cativadora e rosto bondoso, perguntou com tranquilidade o que ele desejava. O garoto abriu jeitosamente a caixa e mostrou-lhe. Curiosa, me perguntei: “O que
há ali dentro?” Estiquei-me um pouco e vi balas, jujubas e pirulitos. A senhora, como eu, fez uma expressão de agrado, deixando o garoto animado. Entregou algumas moedas a ele, pegou umas balas e, num gesto amável, alisou os cabelos enrolados, curtos e pretos do menino.

Nesse momento, ele parecia estar no melhor de todos os lugares. Fui contagiada por aquela sensação. Em seguida, ela fechou o vidro. O menino ainda estava parado e feliz quando foi despertado por uma garotinha, também com uma caixa na mão, que o impeliu
a continuar o trabalho. Como saindo de um sonho, o menino seguiu para o próximo carro no qual havia uma jovem. Ao ver os doces, ela afirmou não ter dinheiro. Nesse momento a surpresa: ”Então você passa a mão na minha cabeça?”, perguntou o garoto.

A jovem ficou espantada. Novamente sons de buzinas. Ela deveria seguir, pois o semáforo deu passagem. A moça partiu. Foi-se também o menino. Ficou em mim a emoção e a consciência da carência afetiva dos meninos do lugar onde moro, meninos que, apesar de trabalharem o dia inteiro sem garantia de dinheiro, não passam horas sentados, lamentando cansaço e sono, como eu. Nesse dia aprendi que sou dramática.

Aluno: Ericles da Silva Santos
Professor: Luciano Acciole Gomes
Escola: E. M. Vereador João Prado; Cidade: Japaratuba – SE

A pipa, o Bispo e o Azul

Ouvi barulho e vozes crescentes, um zum-zum-zum empesteava o assentamento onde moro. Quanto mais pedalava, mais me embrenhava num corre-corre alucinado: meninos, mulheres, todos corriam para a frente do barracão. Que enxame é esse? Que cabrunco está acontecendo?

Era o Pipa! De novo o Pipa? Dessa vez ele tinha ido longe demais. Estava no alto do pau de sebo, quase pendurado no topo. Aquele mastro tinha sido colocado ali dois dias antes. A festa ia acontecer no final de semana: algodão-doce, corrida de ovo e pau de sebo.

“Desce daí, seu doido!” Uns jogavam areia, pedras...

O Pipa era mestre na arte de fazer papagaio. Quando não estava na roça ajudando os pais, estava viajando nas asas das pipas. Ele se isolava. Dizia que gostava da solidão. Solidão a três: ele, a pipa e a imaginação... Logo eram seis e depois eram muitos...

Era diferente. Era mesmo feio. Chamava-o de louco. Particularmente, ele tinha algo que me fascinava. Vez em quando soltava um sorriso azul.

O artista de caçar passarinho e criar pipas estudava comigo, e na mesma sala. Outro dia, na escola, o professor falou do filho mais ilustre da nossa cidade: Arthur Bispo do Rosário. Um misto de desapego e curiosidade tomou conta da turma. Pipa foi um dos que deram uma chance ao professor. Ouviu tudo atentamente. O professor falou da importância de a gente incorporar o Bispo como elemento nosso. Ele lhe disse que somos conterrâneos do homem e desconhecíamos sua obra, o seu valor, a sua história. “As pessoas passam pela estátua do Bispo, na entrada da cidade, e falam mal, e como falam mal: louco, preto, feio e pobre”.

Então ele nos pediu que acrescentássemos a palavra “gênio”.

— Gênio?

Aí o Pipa gritou: “Louco, preto, feio, pobre e gênio!” E riu! Riu tanto que tumultuou a aula. Subiu na carteira e foi só presepada, muganga. Imitava o Bispo do Rosário, com altas doses de esquizofrenia.

“Quer levar um sopapo, menino? Está ficando mais besta ainda. Deve ser a escola!
Já disse que Jamerson nunca foi bom da cabeça. E está piorando!”, gritava o pai, meio desesperado.

“Não ligo, não! Sei que não sou gênio, mas sinto dentro de mim que sou diferente, que vejo muito diferente dos meus irmãos. Eles não me perdoam por isso. Só minha mãe. Ela é a minha Nossa Senhora, sempre generosa.”

“Desce daí, meu filho! Você vai acabar matando sua mãe! Gente, ajude aí! Meu Pipa é sonâmbulo. Ele está é dormindo.”

Quando me viu no meio da multidão, fez cara de súplica. Não me fiz de rogado! Joguei a bicicleta e desbravei aquele pau de sebo. Não tive dificuldade. Aquele mastro já me conhecia. Agarrei o meu amigo pela cintura, a multidão uivou, berrou, decepcionada.

Parecia um anjo de olhos cerrados. Tremia os lábios, soltava gaitados. Na mão esquerda uma pipa azul. Resmungou. Abraçou-me. “Quem é que está aí? Qual é a cor da minha aura?”



Aluno: Gabriel Batista da Silva
Professora: Maria Inês Resende
Escola: E. M. Crispim Bias Fortes • Cidade: Barbacena – MG

A quadra velha

Aqui no lugar onde vivo não tem cinema, lan house, discoteca... aqui tem cavalo, rio, cachoeira, gente que conta histórias... E, acima de tudo, aqui tem uma quadra. Uma quadra velha. Velha e pequena, só tem espaço para seis jogadores de cada lado. Uma quadra velha e pequena onde cabe inteira a nossa imensa alegria.

Ali a bola rola, enrola, rebola, embola, solta, samba, sapateia... Ali vale tocar a bola de chuteira, de chinelo ou de pé no chão. Ali vale jogar menino, menina, velho, magrela e gordão. Vale entrar de sola, de carrinho e até de bicão. Vale arrebentar o joelho, arrancar a ponta do dedão... tem gol contra, bola murcha e bola fora.

O que importa é que quando a bola rola na quadra velha o mundo para. As árvores e as casas espiam. As pessoas que passam pela estrada de terra não resistem, param, assoviam, batem palmas. Os moleques perdem a hora que se perde no tempo. Cada pai vê em seu filho o grande craque e sonha com seu menino na seleção. Quem sabe 2014...

Ali, na quadra velha e pequena, adormece a tristeza, o cansaço, a desilusão... ali os homens se esquecem dos calos, das dívidas, das dores... ali os meninos são magos, são livres, são pássaros: transcendem, voam... Ali não tem zero, não tem senão. Só tem bola no chão. Ali eles são uma bandeira verde e amarela hasteada no sertão.

Isso, até que chega a noite escura e sombria. Ela, revestida de negro, faz arriar o sonho, despe a fantasia, cala a poesia.

Amanhã tem trabalho, tem escola. Dói o calo, o joelho incha, o moleque chora. E a quadra fica de fato velha e pequena. Fica ali, triste, silenciosa, no escuro. Fica ali à espera de que os meninos voltem logo e ressuscitem o momento mágico.