Sempre
nas férias do meio e do final do ano, os meninos soltam pipas. Correm atrás
delas com velocidade. Parecem participantes da maratona. Gritam pela rua “Peguei”, “Essa é minha”, “
Corta, corta!” . Assim divertem-se. Alguns com vara de bambu. Outros com
bole-bole, uma linha amarrada na pedra. Tudo para capturar a melhor pipa.
Todos
os dias das férias são assim. O céu que cobre a minha rua ganha vida com várias
cores. Umas apagadas, outras brilhantes. Não sei quem dança mais. Ora o sol,
ora as pipas coloridas, divertidas que são, nas mais variadas extensões.
A alegria
corre na rua. O sol escaldante brinda a sensação. O momento é delas: das pipas.
Eu não podia ficar de fora dessa atuação. Sentado no meio fio, já havia ficado com os
olhos cansados de olhá-las no ar, passei a observar aquela atuação. Tudo até o momento agitado, mas
também tranquilo. A pureza nos olhos dos
meninos. A ansiedade, a paixão pelo papel colorido que voa pelo vento. A pele brilhava, escurecia, bronzeava. Isso
não importava.
Eu, apreciando
o gingado das pipas no céu, ouço gritos intensos. Ao meu lado direito um menino
acabara de pular a cerca de Dona Maria. Não sei o nome dela. E quando não sabemos todas
as donas
são “Marias” e todos os donos são “Joãos”.
O
menino tentava se safar de uma boca valente
que cumpria o equivalente: cuidava do quintal. Outros meninos também gritavam. Pediam socorro. Arrego! Então veio a Dona e o livrou do perigo. De certa forma sim, porém
de outra não. O seu braço já estava mordido e a pipa que queria, devorada. O animal
não quis brincadeira. Não contou
conversa. Mas eu conto nesse momento esse verdadeiro acontecimento. Lamento!
Pronto!
Por hora encerrou a brincadeira. Chegou a ambulância faceira. Ufa! O menino
parou de lamentar. Com o braço lavado
foi levado pelas rodas velozes do
chão. Foi-se no barulho da sirene.
Assim
é a minha rua. Ela pertence às pipas.
Nela a criançada solta, salta, corta, sorri e também chora quando alguém ou
algo resolve acabar com a diversão. A rua das pipas pertence ao Calafate,
periferia de Rio branco, onde, quando o vento está favorável , as pipas voam.
Escola
Edilson Façanha
Professora: Francisca Freitas
Carlos
Felipe Lopes.
Nº
4 / 9° A.
Junho
de 2016.
Nenhum comentário:
Postar um comentário