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Livro Escritores da Periferia

Livro Escritores da Periferia
Uma produção dos alunos da escola Edílson Façanha

quinta-feira, 4 de agosto de 2016

A rua das pipas






Sempre nas férias do meio e do final do ano, os meninos soltam pipas. Correm atrás delas com velocidade. Parecem participantes da maratona.  Gritam pela rua “Peguei”, “Essa é  minha”, “  Corta, corta!” . Assim divertem-se. Alguns com vara de bambu. Outros com bole-bole, uma linha amarrada na pedra. Tudo para capturar a melhor pipa.

Todos os dias das férias são assim. O céu que cobre a minha rua ganha vida com várias cores. Umas apagadas, outras brilhantes. Não sei quem dança mais. Ora o sol, ora as pipas coloridas, divertidas que são, nas mais variadas extensões.

A alegria corre na rua. O sol escaldante brinda a sensação. O momento é delas: das pipas.  Eu   não podia ficar de fora dessa atuação.  Sentado no meio fio, já havia ficado com os olhos cansados de olhá-las no ar, passei a observar aquela  atuação. Tudo até o momento agitado, mas também tranquilo.  A pureza nos olhos dos meninos. A ansiedade, a paixão pelo papel colorido que voa pelo vento.  A pele brilhava, escurecia, bronzeava. Isso não importava.

Eu, apreciando o gingado das pipas no céu, ouço gritos intensos. Ao meu lado direito um menino acabara de pular a cerca de Dona Maria.  Não sei o nome dela. E quando não sabemos todas as  donas  são “Marias” e todos os donos são “Joãos”.

O menino tentava se safar de  uma boca valente que  cumpria o equivalente:  cuidava do quintal. Outros meninos  também gritavam.  Pediam socorro. Arrego!  Então veio a Dona e o  livrou do perigo. De certa forma sim, porém de outra não. O seu braço já estava mordido e a pipa que queria, devorada. O animal não quis brincadeira.  Não contou conversa. Mas eu conto nesse momento esse verdadeiro acontecimento. Lamento!

Pronto! Por hora encerrou a brincadeira. Chegou a ambulância faceira. Ufa! O menino parou de lamentar. Com o braço lavado  foi levado pelas rodas velozes  do chão. Foi-se no barulho da sirene.

Assim é a minha rua. Ela pertence  às pipas. Nela a criançada solta, salta, corta, sorri e também chora quando alguém ou algo resolve  acabar com a diversão.  A rua das pipas pertence ao Calafate, periferia de Rio branco, onde, quando o vento está favorável , as pipas voam.



Escola Edilson Façanha

Professora:  Francisca Freitas

Carlos Felipe Lopes.

Nº 4  /   9° A.

Junho de 2016.

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