
Em um passado não muito distante, não existiam dúvidas quanto à maneira de melhorar de vida. As pessoas mais velhas diziam para as mais novas: Se quer ser alguém na vida, estude ! Eu mesmo fui criado assim. O estudo é o processo de adquirir conhecimento sobre um determinado assunto. Requer empenho, esforço, alocação de tempo e de recursos financeiros, num investimento considerável de quem o faz. Em um mundo com menos oferta de profissionais qualificados, o diploma era sem dúvida um diferencial. A sociedade percebia, acreditava e reproduzia o modelo de provável sucesso. Seja educado e correto, estude, trabalhe e conquiste seu lugar ao sol. E realmente era isso o que acontecia.
Este caminho foi sendo desconstruído com os atalhos aceitos e criados, em nome de uma falsa igualdade, e uma certa benevolência hipócrita com aqueles que preferiram caminhos mais curtos, com menos esforço muitas vezes. E passamos a aceitar e conviver com a multiplicação de exemplos que fogem completamente da proposta anterior. Na verdade, nem o estudo nem o trabalho, garantem o sucesso, pois ele é apenas o reconhecimento público, as vezes até a veneração, de alguma característica valorizada pelos demais. Na sua própria essência é algo transitório e bastante volátil, apesar de alguns conseguirem mantê-lo por muito tempo. Porém, ele é subjetivo e finito.
Os exemplos das pessoas que não estudam, e as vezes nem trabalham, e conseguem uma posição de destaque na vida, seja com troca de favores, com práticas ilícitas, com o bom aproveitamento de seus talentos naturais, por sorte, oportunismo, ou qualquer outro modo, confirmam que estudo não é condição suficiente para tal reconhecimento. No entanto, menosprezá-lo, a ponto de descartá-lo por completo, parece demonstrar uma certa soberba, uma certa ignorância, típica daqueles que realmente não fizeram uso do mesmo, além de ser um ato de idolatria ao sucesso puro e simples, a riqueza pela riqueza, a vitória sem a preparação, a chegada sem o caminho. Recentemente, li que em um evento de empreendedorismo, uma pessoa famosa, declarou que até um macaco poderia adquirir um MBA
, num exemplo claro do que estou dizendo. Na verdade, creio ser impossível que o nível de inteligência de um símio, possibilite que ele compreenda as aulas, faça os exercícios e principalmente, adquira conhecimentos necessários para uma boa gestão. Todavia, pelo nível de complexidade que a tarefa exige, sabemos que é realmente possível um macaco entreter uma platéia com um microfone na mão. E isso não é um insulto ao declarante, mas uma constatação de uma realidade objetiva. Por algum tempo, eles realmente podem.

O estudo é um patrimônio positivo da humanidade e o conhecimento que ele proporciona, é a luz que ilumina a escuridão do não saber. Ignorar é causa de muitos dos grandes males da história humana. Ele é construído na humildade de reconhecer a necessidade de aprender, na colaboração dos outros para este fim, e superposição salutar de novas idéias. Uma sociedade que valoriza o estudo, está edificando seres humanos melhores, instituições mais sólidas e um futuro mais consistente. Já aquela que o diminui, pode estar apenas participando de um circo no qual as palmas, uma hora, silenciarão.
Texto escrito pelo Prof. Tibério Rocha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário