E é
assim, quando o sol começa a sumir no horizonte da rua João de Barro, uma
movimentação se inicia na sua pequena
praça. Só sei que nessa troca do sol pela lua, da alegria vem a desgraça. Em passos lentos, observando tudo ao meu derredor, vou rumo à padaria
tradicional do seu Zé
- Seu Zé, por favor, uma fatia de bolo de cenoura
com aquele suquinho de laranja!
- É
pra já! Respondeu ele, sorridente.
Já sentada,
saboreando a fatia, concentro-me mais
ainda na movimentação. A praça me chamava atenção! Meu olhar se ia e se
vinha entre manobras , gols, brincadeiras, zoeiras. No meio de todas as
idades , as crianças e jovens se entretém. Mas, ao lado esquerdo da praça, há
um poste com a lâmpada apagada. Escora-se nele um grupo que para mim é atrevido por demais!
Lá
do lado esquerdo, do grupo apertado entre si, em plena boca da noite, pontinhos
vermelho-alaranjados, soltam nuvens de fumaça. Sobem devagar, flutuam,
indicando perigo.
Isso
realmente me intriga. Essa fumaça polui, maldosamente a mente. Quando está no ar, toda a gente parece relaxar, mas depois
vem o agitar e tudo está a amedrontar no meio da criançada que brinca sem saber a realidade que a cerca.
Pode até saber, mas não quer saber.
Essa
rotina acontece todos os dias na pracinha da João de Barro. Assim, nem o
próprio passarinho João de Barro consegue voar sobre esse bairro de fumaça de risco, de dependência. Nossas
tardes se vão entre manobras, gols,
brincadeiras, zoeiras embaixo da nuvem de fumaça branca-acizentada de perdição da inocência e do
saudável, que se forma das pontinhas
vermelho-alaranjadas , permanecidas nas mãos do grupo que prefere a escuridão
da pracinha.
Andressa
Oliveira
9º
C Manhã nº 02
Professora:
Francisca Freitas
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